Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Jardim secreto (2)

Não tenho hipótese nenhuma de ganhar uma disputa pelo acesso ao jardim. Pertence à Residência de Velhinhos das Irmãzinhas dos Pobres. Juro.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

É lá que está toda a gente

sábado, 23 de maio de 2009

Fan mail


Welcome
We've dedicated our entire album cover
To any person who has ever sent us fan mail
This is a journey into life, love
And the future of music (fan mail)
TLC would like to thank you
For your support (fan mail)
And just like you
They get lonely too

Pessoalmente

Algumas pessoas têm uma intervenção marcante e positiva na nossa vida sem nunca o saberem. Refiro-me a pessoas que não conhecemos bem ou que não conhecemos de todo. Já agradeci a João Bénard da Costa e a Júlio Machado Vaz, desta forma indirecta.

No primeiro ano da faculdade tive uma professora que me causou grande impacto, enquanto professora e enquanto mulher. Ao longo dos anos que se seguiram, recordei-a muitas vezes e referi-a a muita gente. De tal forma que, um dia, o tema surgiu em conversa com um conhecimento profissional recente, que ouviu atentamente os meus rasgados elogios e que, no fim, me informou que eu tinha acabado de elogiar a sua ex-mulher. Passaram-se mais anos ainda até que, nos primeiros meses de 2007, a reencontrei a almoçar no mesmo restaurante que eu. Demorei uns vinte nervosos minutos a tomar a decisão e lá fui pedir licença para me sentar na mesa dela. Disse-lhe tudo, pessoalmente.

Mas ainda fico a pensar se será melhor não maçarmos pessoalmente as pessoas com a nossa admiração.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Jardim secreto


A foto ia chamar-se "jardins proibidos" mas houve alguém que resolveu começar a cantar Paulo Gonzo e, sendo assim, esta foto chama-se "secret garden".

Moro numa rua sem saída. Já antes morava, a casa da minha mãe também fica numa rua sem saída. Mas é diferente porque a rua da minha mãe só não tem saída para carros enquanto a minha acaba neste muro. E o pior, o que me tem roído ao longo dos anos, são aquelas copas de árvores ali a espreitar. A vista aérea do google maps veio agravar a situação.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Tipo redbull

Domingo à noite, estava eu já perdida nos horários de segunda-feira e da canseira que seria, e ao meu lado um suspiro profundo seguido de: "que boa vida".

domingo, 10 de maio de 2009

O Clube das Virgens (versão "só no cinema")

quarta-feira, 6 de maio de 2009

O Clube das Virgens

Tal como vi num filme (The Wackness), também acho que é de desconfiar de qualquer pessoa que não goste de cães ou que não goste de praia. Mas acrescento à lista um indicador que ainda me suscita maior desconfiança: adultos que consideram a própria mãe como a sua melhor amiga e confidente. Que medo.

"Uma vez, a Ana Zanatti disse-me que se calhar eu não procurava um amor por ser tão apegada à minha mãe. Talvez ela tenha razão.
Vivo com os meus pais. O meu pai é reformado - era segurança, agora ou está a dormir ou está no café. A minha mãe é mulher-a-dias. Trabalha sempre perto de casa. Eu sou muito apegada a ela. Conto-lhe tudo o que me acontece. Falo com ela sobre tudo o que sinto. Gosto de sair com ela. Às vezes, quero ir com ela a qualquer lado e ela não quer e eu fico chateada. Se calhar devia libertar-me."
[da entrevista feita por Ana Cristina Pereira a Margarida Menezes, fundadora do Clube das Virgens, na revista "Pública" de 03.05.2009]

terça-feira, 5 de maio de 2009

Vida de mãe - episódio 53

Estamos a tomar o pequeno-almoço na pastelaria em frente à escola. A televisão encontra-se acesa e a dar notícias sobre futebol. E entre duas trincas no croissant com queijo, o miúdo questiona-me:

“Mãe, o Darwin era inglês?”

“Sim, era. Porque é que perguntas?”

”Estava a pensar… Se ele fosse português, acho que seria do Sporting…”

”Do Sporting?” respondi eu, aparvalhada com o interesse dele pela preferência clubista do famoso cientista.

”Sim” diz ele “Mas eu gostava que ele fosse do Benfica.”

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Dia da mãe

És a melhor amiga do mundo. Quero que tu nunca morras. És a melhor mãe. Beijinhos do D.

sábado, 2 de maio de 2009

A última conversa de Agostinho da Silva

"LM - Mas assinar a declaração era mesmo obrigatório?

AS - Sim, sim... Mas a dizer um não categórico só houve duas respostas, a do Fernando Pessoa e a minha. O Fernando Pessoa respondeu inteligentemente, argumentando que haver uma lei contra as sociedades secretas era absurdo, porque quando duas se entendem, imediatamente se forma uma sociedade secreta. Um gesto, uma palavra, um silêncio, um olhar, são sinais para o outro. Claro que eu não dei uma resposta inteligente como deu o Fernando Pessoa, eu apenas testemunhei a meu favor, no fundo foi isso."

"(...) Assim, uma vez que Eanes a vetou, quando mais tarde surgiu outra ocasião para me readmitirem, descobriram que eu até tinha feito um doutoramento, e então no Ministério perguntaram-me: "O senhor é doutorado?" E eu respondi: "Sim, mas já não me lembro do nome da tese..."

"(...) Repare que no amor o sujeito pode ser activo, mas a paixão é passiva, vem da palavra passio (passivo), não é verdade? Exactamente, passividade. Ora, o amor é activo, portanto, criador; a paixão já não, dado que o ser foi dominado por alguma coisa. Quando se diz: estou apaixonado por isto ou por aquilo, no fundo também podemos dizer, se quisermos, estou dominado por isto ou por aquilo. A pessoa que se apaixona por outra tem tendência a obedecer-lhe..."

"Os próprios Gregos também se sentiram presos no tempo e no espaço. O Camões, inclusivamente, ensinou, na Ilha dos Amores, que a pessoa só está presa no tempo e no espaço quando não é criador, e nós sabemos isso através da nossa própria experiência: quando estamos muito entusiasmados com uma coisa, dizemos muitas vezes: olha como o tempo passou!? Já nem sabia que estava aqui com vocês. Pronto! E porquê? Porque a Ilha dos Amores foi criada pela deusa da criatividade. foi ela que fez aquilo e que depois veio falar aos portugueses. Falar de quê? falar de Futuro!"

"LM - Lê algum semanário em especial?

AS - Não. É muito raro ler semanários.

LM - Portanto, isso quer dizer que, no fundo, o seu jornal preferido é mesmo o Público?

AS - É o Público, mas sobretudo é por causa do Calvin."

"LM - Como encara a morte?

AS - Com serenidade... Se não a encararmos como um fantasma, se não a esperarmos com a entristecida resignação dos Gregos, se a virmos apenas como uma forma entre as formas, então ela é natural. Mas eu nunca morri, portanto não sei o que isso é."

sexta-feira, 1 de maio de 2009

A Feira do Livro

Ontem à noite estava deserta, quase deprimente. Não fosse a companhia, o facto de se poder circular à vontade pelos stands e os descontos simpáticos, a visita teria sido um flop.

Depois de algumas hesitações, optei por uns livros técnicos que não me deram gozo comprar mas que me dão jeito ter e por mais estes três:

- O Cisne Negro de Nassim Nicholas Taleb.

- O Culto do Chá de Wenceslau de Moraes.

- A última conversa. Agostinho da Silva. Entrevista de Luís Machado.

E para o D., mais um episódio das aventuras de um rato muito famoso.

Macarons

De comer e chorar por mais!

Metáfora das três bonecas

Uma é de vidro, outra de plástico e a última de aço. São todas submetidas a uma pancada de martelo de igual intensidade. Portanto, são as três expostas ao mesmo risco. Contudo, o resultado em termos de vulnerabilidade é bem diferente: a boneca de vidro quebra-se, a boneca de plástico fica com uma marca indelével e a boneca de aço resiste.

Anthony (1980)