Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

domingo, 28 de janeiro de 2007

Viaggio in Italia


volante à direita

Conduzir é das acções que melhor simboliza a independência. Conduzir é controlar, dirigir, decidir. A observação de um casal perante o volante pode ser reveladora.

    “A viagem é conduzida pela mulher, como sempre o será ao longo do filme, porque é ela quem vê quase tudo o que o marido não vê, como é ela que o chama no final. Mas ela sem ele não existe. Por isso ele tem que conduzir também (...).”
    [do texto de João Bénard da Costa sobre «Viaggio in Italia»]

Isto fez-me lembrar uma conversa recente em que me defini como uma “falsa independente” (a minha irmã respondeu “enganas bem!”). Atiro-me para o volante e depois custa-me ficar sozinha com o fardo da condução, da escolha do melhor caminho, da responsabilidade pelo estacionamento. Porque “ele tem que conduzir também”.