Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

sexta-feira, 30 de junho de 2006

And this is what he said

He said: There is nothing left to say. I had my fill, I went away. Your crying eyes won't change a thing. It was just a fling. Well, how could an angel break my heart? He said: We could still be friends… Oh, are you kidding me?

[de «R U Kidding Me», Anouk]

Siempre me quedará

Cuenta el sentimiento que se te queda después de una ruptura inesperada, cómo tienes la esperanza de que se te pasará algún día pero sabes que por mucho que te auto convenzas al final de la auto-optimización estás destrozada. [daqui]

Un tema con sabor a un amor pasional. Para mi representa ese momento en el cual piensas que tienes todo bajo control y llega algo que te cambia el esquema de la vida o de lo cotidiano y altera esa vida rutinaria. Entras de lleno sin pensar y rompes el esquema y te embarcas en una aventura la cual termina y después queda un vació el cual te cuesta llenar. [daqui]

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Calma

Hay un trozo de luz
en esta oscuridad
para prestarme calma.
El tiempo todo calma,
la tempestad y la calma,
el tiempo todo calma,
la tempestad y la calma.

[de «Siempre Me Quedará», Bebe]

Mais vale cair do céu do que do 3º andar.

[de um email muito antigo]

quarta-feira, 28 de junho de 2006

It's my party and I'll cry if I want to

O tio topo de gama

Tenho um tio muito chato. Quem não tem? Saliente-se, não obstante, que se trata de um tio por afinidade. Nada de confusões com os genes.

Há alguns anos atrás descobri que um tio muito chato pode ser transformado num tio muito cómico. Mas, atenção, o personagem cómico é da minha inteira autoria. Comecei a reparar na forma como o meu tio recorre sempre ao termo “topo de gama”, mesmo nalguns casos em que é necessário adaptá-lo. A máquina de filmar é topo de gama, a máquina fotográfica digital é topo de gama, a televisão plasma é topo de gama. Já os elefantes em porcelana Vista Alegre [dois, cada um do tamanho de um pequeno cão] são da gama de topo daquele fabricante. Baptizei-o, então, de tio-topo-de-gama.

A família já não se reúne ao ritmo das aquisições topo-de-gama, pelo que o meu tio se aventura agora por outros meios de espalhar a mensagem: o email. Assim, vou recebendo regularmente a sua bela prosa ilustrada por fotos do tio-topo-de-gama ao lado de individualidades famosas que apresentam o semblante toldado, ora pelo enfado, ora pelo terror. Os emails versam invariavelmente sobre os seus êxitos profissionais e sociais, o que se reconduz a um “olhem lá nos ombros de quem ando a roçar a minha cabeça”. Não têm havido notícias nem fotos dos últimos equipamentos audiovisuais adquiridos, o que é uma pena.

PS – Apesar da mera afinidade, ideia que volto a reforçar, gostaria de pedir desculpa pelo incómodo à nossa selecção. É por uma boa causa. Não me têm chegado vídeos do Gato Fedorento em quantidade satisfatória.

terça-feira, 27 de junho de 2006

Forever rockstar

É bom de ver que o rapaz soube conservar os seus maiores atributos. Diz a Rolling Stone que esta foto data de 2 de Dezembro do ano passado. Rick Springfield tem 56 anos. Não é idade-para-ser-meu-pai, é a idade do meu pai.

[ok, o pai só os faz na próxima sexta.]

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Tédio é tédio

O meu estado mais perigoso de todos é o estado de entediada. São 5 minutos até arranjar sarilhos que podem levar meses a resolver.

Telediscos dos anos 80 (cont.)


Belinda Carlisle – E quando a minha irmã me disse: “Sabes que ela fez uma operação para ficar com umas maçãs do rosto decentes... como as tuas!”. Nunca mais me esqueci (a Belinda desmente).


Cyndi Lauper – Eu queria mesmo era ser a Cyndi Lauper. Cá dentro tinha o cabelo às cores, cara de porcelana, olhos achinesados e era tão baixinha.


Europe – O Bruno, que tinha um gosto musical educado à base Bob Dylan e que me apresentou os RPM, ficou marcado ao afirmar que o «Final Countdown» era a melhor música de todos os tempos. Passado menos de três meses já tentava explicar que se tinha precipitado, coitado, e nós não perdoámos. No ano seguinte ainda o chateávamos com aquilo.


Jennifer Warnes – A banda sonora do «Dirty Dancing», filme que nunca vi, tocava a toda a hora lá em casa. De quem era aquele disco? O Patrick Swayze a cantar, she's like the wind through my trees...


Johnny Logan – Um mito da Eurovisão. Confesso que o «What's Another Year» e o «Hold Me Now» já constavam do meu iTunes, embora ainda sem visto para entrar no iPod. Durou uns dias mas foi intenso.


Madonna – Uma das aquisições mais preciosas da minha adolescência, feita num mercado tipo feira ou vice-versa, em Londres, constou de dois pares de luvas de renda até ao cotovelo, umas em branco, outras em preto. Foram um sucesso.


Rick Springfield – Adorava este homem. Ainda há pouco tempo andei à procura disto em cd e nada. Uma das minhas preferidas era mesmo o «Jessie's Girl». Note-se a subtileza na abordagem do tema: Jessie is a friend / Yeah I know he's been a good friend of mine / But lately something's changed / That ain't hard to define / Jessie's got himself a girl / And I want to make her mine. O equivalente anglo-saxónico do incontornável «Namoradinha de Um Amigo Meu» de Roberto Carlos.


Starship – Num dos bailes no ginásio da escola, a música que mais me entusiasmou foi o «Nothing’s Gonna Stop Us Now». De resto, passei o tempo quase todo escondida atrás da Cristina (1,75m). Só lá para o fim acedi a um slow, acho que ele se chamava Luís. O importante é que era muito mais velho.
Sabia que a música era do filme «Manequim» (não vi), o que eu não fazia ideia era de quem contracenou no dito com Andrew McCarthy.


WhamNo princípio de tudo estavam os Wham, em especial para a minha irmã. O «Make It Big» foi o único álbum quanto ao qual o habitual receio de gastar o vinil se tornou realidade. George Michael rules!

[em actualização, talvez]

sábado, 24 de junho de 2006

[de «Olhar 43», RPM]

Pobre de mim, invento rimas assim pra você
E um outro vem em cima, e você nem pra me escutar
Pois acabou, não vou rimar coisa nenhuma
Agora vai como sair que eu já não quero nem saber
Se vai caber ou vão me censurar...
Será?

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Telediscos dos anos 80

É difícil dar um sentido ao emaranhado de emoções que isto me suscita. Nada do que se passou comigo naqueles anos, em especial ao nível amoroso e no âmbito da indumentária (dois aspectos que estão sempre relacionados), pode ser completamente desassociado destes telediscos, ou videoclips, como se diz agora.

Código Da Vinci - O filme

Há cerca de dois anos, manifestei aqui o gozo que senti ao ler aquele livro. Hoje, tive a oportunidade de ver o filme que muitas pessoas já criticaram e até gozaram.

Francamente, não consigo perceber porque é que esta película foi tão severamente julgada. O realizador e os actores são bons, o argumento é cativante e tem o mérito de não distorcer o texto do Dan Brown.

Penso que tanto achincalhanço só pode estar relacionado directa ou indirectamente com o tema abordado. É evidente e até natural que o assunto incomode muita gente que se sente chocada com o facto da história pressupor a eventualidade de Cristo ter sido casado com Maria Madalena e de, consequentemente, ter deixado descendência. Percebo que a forma como o autor coloca desassombradamente a questão fira a fé que professam.

Contudo, e sem querer ofender ninguém, confesso que simpatizo com a ideia do papel subalterno conferido pelo Cristianismo à mulher não ter sido divinamente atribuído mas decretado por seres humanos com uma determinada concepção utilitarista da religião, não me repugnando também a eventualidade dos textos sagrados terem sido adaptados de acordo com as conveniências do poder da época.

Além disso, achei piada ao facto do início da trama se desenrolar no museu do Louvre, interessante aquela leitura alternativa do quadro do Leonardo da Vinci e convincente, a caracterização do assassino Silas. E não me parece que o tema tenha sido tratado com o intento de denegrir a pessoa e a vida de Jesus ou com a pretensão de constituir um documentário histórico.

Em resumo, o filme não defraudou as expectativas que a leitura do livro me tinha criado.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

Never ending friendship

Numa noite destas, apesar de já serem três e tal da manhã, ainda discutíamos animadamente sobre Deus e outros assuntos.

De repente, o telefone da Huma tocou. Era o marido a informá-la que o seu filho mais novo tinha acordado a meio da noite e estava a precisar da mãe.

Obviamente que o debate acabou naquele instante mas estava a ser tão animado que apesar de entender a urgência, deixei escapar o seguinte comentário: “Que pena, vamos ficar com a conversa a meio”.

A Sam, ao ouvir-me, respondeu prontamente: "Estás enganada. Só ficaríamos a meio se as nossas conversas tivessem um fim”.

Vida de mãe - episódio 35

Quando o meu filho regressa do fim-de-semana com o pai, conta-me aventuras vividas com amigos que não conheço, usa expressões novas e chuta melhor à bola.

Sempre que lhe abro a porta ao final da tarde de Domingo e o volto a abraçar, ele parece-me mais alto e independente, menos meu.

Para dizer a verdade, ainda não me consegui habituar ao facto dele crescer apesar da minha ausência.

domingo, 18 de junho de 2006

Eu era normal até o mundial dar cabo de mim.

[adaptado da letra de uma música]

sexta-feira, 16 de junho de 2006

Confundíveis


Jonathan Rhys Meyers (1,78m) e Jude Law (1,80m): uma diferença de 2cm não chega para eu conseguir distingui-los.

[de «A Woman's Worth», Alicia Keys]

Wanna please, wanna keep, wanna treat your woman right?
Not just dough, better show that you know she's worth your time
You will lose if you choose to refuse to put her first
She will and she can find a man who knows her worth

'Cause a real man knows a real woman when he sees her
And a real woman knows a real man ain't afraid to please her
And a real woman knows a real man always comes first
And a real man just can't deny a woman's worth

quarta-feira, 14 de junho de 2006

Jersey Boys

O musical baseado na história de Frankie Valli e dos Four Seasons ganhou este Domingo quatro Tonys, incluindo o de melhor musical da Broadway. No Serendipity, já desde a semana passada que tínhamos o «Grease» a tocar.

[No canal da Huma, é verdade, porque eu estou farta de ter um blogue sozinha e tenho que me distrair, ouviram? Qualquer dia arranco-lhe uma perninha, a do 'y' por exemplo, só para chamar a atenção.]

Insulto à medida

A reportagem da RTP era má. Tem o efeito daquele filme ridículo chamado "American History X": a pessoa abandona o ecrã com vontade de tatuar uma suástica no peito. Desde quando é que semear estranheza chega para repudiar ideias ineptas? Ao trabalho, calões. Quer queiramos quer não, o nosso Edward Norton dos Olivais não comete nenhum crime ao dizer que defenderia o seu quintal contra o ataque dos bárbaros. Prendê-lo é estratégia grosseira. A extrema-direita ganhou mais uns quantos recrutas. [Daqui, ler o resto, incluindo a solução apresentada, no post de 08 de Junho]

Nas palavras imortalizadas por Ricardo Araújo Pereira: você é aquilo que está descrito na Bíblia como uma besta do c*.

segunda-feira, 12 de junho de 2006

Uma semana com três sextas

Citando o Eduardo, uma semana que oferece quatro (utilíssimos) dias inúteis, dois feriados e três potenciais pontes.

Sobre a segunda parte do jogo

[Com o alto patrocínio da revista CARAS]

Parece que a Isabella Rossellini (1,73m) tem 54 anos e a Susan Sarandon (1,71m) tem 59 anos. Quer isto dizer que, em princípio, a primeira é mais nova que a segunda. O que significa também que eu não tinha razão. Um rude golpe para quem depositava muitas esperanças na linha de cremes anti-envelhecimento da Lancôme (não é o meu caso, eu aposto tudo na Biotherm).

domingo, 11 de junho de 2006

O Papa e o Silva dos plásticos

- Já viste 'O Infiltrado'?
- É do Gato Fedorento?
- ...
- Ah! Já vi, já. É do Spike Lee, não é?

sexta-feira, 9 de junho de 2006

Pub

Casa São Bernardo, agora na Rua da Junqueira. Aberto todos os dias úteis até às 20h. Três palavrinhas: bacalhau com coentros. Mais três: gelado de framboesa.

Quando a gente gosta é claro que a gente cuida

O impressionante número de referências ao campeonato mundial de futebol feitas no Serendipity até hoje: zero. E, no entanto, para a semana vão lá a casa instalar a Sport TV.

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Even fortune cookies are getting cynical!*

Your Fortune Is
It is better to lose a lover than love a loser.

The Wacky Fortune Cookie Generator

*Já em 1983 era assim, e o fortune cookie que suscitou o comentário dizia "You'll never amount to anything".

[de «Sorprendimi», Stadio]

Sorprendimi,
e con carezze proibite e dolcissime
Amami
e se alle volte mi chiudo ti prego
Capiscimi, altro non c’è
che la voglia di crescere insieme
Ascoltami, io mi do a te e penso a te
continuamente

terça-feira, 6 de junho de 2006

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Autolinque

Isto chama-se um autolinque e é feito em complemento do post anterior. Aprendi com o artigo da Charlotte (isto é um aceno) na última Atlântico (aqui falta um linque). Se tivesse pensado uns minutos nisso, diria que para fazer uma coisa chamada autolinque era preciso a mesma pessoa ter dois blogues. Afinal não, é muito mais fácil.

Aditamento: Endolinque, endolinque, endolinque! Eu quero endolinque. Quanto a bilinques ou esquizolinques sugiro a consulta de um profissional habilitado.

New World

Agora a propósito desta música da Björk que passa no genérico final do «Dancer in The Dark». A música está alterada, embora não demasiado, por um mix da autoria de Mark Carpenter. Encontrar o original é mentira.

O «New World» é claramente o «My Favorite Things» do «Dancer in The Dark». Este filme tem várias alusões a musicais de referência, mas em particular ao «The Sound of Music».

Exhibit A
Raindrops on roses and whiskers on kittens
Bright copper kettles and warm woollen mittens
Brown paper packages tied up with strings
These are a few of my favourite things

Exhibit B
Train-whistles, sweet clementine
Blueberries, dancers in line
Cobwebs, a bakery sign
Ooooh, a sweet clementine
Ooooh, dancers in line
Ooooh

domingo, 4 de junho de 2006

Quotas - contra

Há uns dias, decidi bisbilhotar uma daquelas revistas tipo Cosmopolitan para homens, a Maxmen. Depois de me deparar com a expectável série de fotografias de mulheres semi nuas, tropecei num pequeno texto sobre o assunto das quotas que achei de tal modo simplista e ofensivo que pedi a revista emprestada para o publicar no blogue.

Ainda o passei para o computador mas acabei por optar não dar relevância a uma opinião tão rasteira sobre um tema importante e sério, até porque nem sequer estava assinada (apesar de escrita na primeira pessoa).

Entretanto, na sexta-feira à noite, num programa da RTP N em que se debatia a referida questão das quotas, ouvi com alguma surpresa e desilusão, uma jornalista chamada Helena Matos, directora de uma revista que eu julgava ter um conteúdo editorial diferente do da Maxmen, defender o seu ponto de vista no mesmo tom e com argumentos idênticos aos referidos naquele texto que tanto me incomodou.

Para meu espanto, a utilização anónima daquela abordagem foleira passou a ter um nome, de modo que entendi afinal transcrever aquelas patacoadas:

“O nosso Parlamento resolveu ceder à moda do tempo e aprovou “as quotas para mulheres” nas listas eleitorais. Com um pormenor: o arranjo contou com o apoio das próprias mulheres que, visivelmente, gostam de sentir o paternalismo do regime. Já dei para este peditório. Mas, no meio da infantilização em curso, convém talvez relembrar o que qualquer pessoa civilizada já sabe: não é difícil a uma mulher competente encontrar sucesso numa carreira política, empresarial ou académica. Difícil, será, ou seria, para uma mulher mediana, ou mesmo medíocre. As quotas são inteiramente para estas.”

Quotas - a favor

Sobre o mesmo tema mas em sentido oposto e com mais nível, uma outra mulher analisa a questão da seguinte forma:

"O Presidente Cavaco, que andou pelo País a pugnar pela inclusão, com especial referência à violência de género (geralmente, et pour cause, denominada de doméstica), recusou promulgar a chamada lei da paridade, mais conhecida pela "das quotas".

O principal motivo, diz o argumentário do veto, é a "compressão desproporcionada" de "outros valores de relevo político e constitucional". Outros valores que não o da "promoção da igualdade", que o PR, bem entendido, considera "fundamental" - mas não tão fundamental que possa comprimir seja o que for, nomeadamente o sacrossanto direito de cada partido decidir das suas listas.

Não façamos confusões: Cavaco acha que é "obrigação do legislador remover as discriminações negativas em razão do sexo no acesso a cargos políticos". O que não aceita é que essa remoção se faça através da imposição de sanções que implicam a não aceitação de listas que incumpram a proporção de um mínimo de 33% de candidatos de cada sexo nos lugares elegíveis. Trata-se de um regime "sancionador excessivo e desproporcionado". É até, diz o PR, uma "interferência exorbitante" na "liberdade e no pluralismo". Uma liberdade e um pluralismo que, bem entendido, se consubstanciaram, nesta matéria, nas tais "discriminações negativas" que o Presidente diz querer eliminadas. Mas não desta maneira. Não, frisa, se essa eliminação pode "impedir certos partidos" que "não possam cumprir com os rígidos critérios do diploma", ou, note-se, "não os aceitem", de "concorrer a eleições".

Houve, de facto, partidos que não aceitaram os critérios: o PSD, o PCP e o PP votaram contra. A bem dizer, à excepção do BE, todos os partidos (incluindo o PS, que propôs a lei) têm até agora demonstrado uma tenaz resistência à equidade de género nas suas listas. Só que não é de equidade que trata a lei: ela estabelece a inclusão de um terço de mulheres nas listas. Tanto barulho por causa de um terço, dir-se-á.

Errado, diz o veto: um terço é um perigo. Comprime tudo. Limita muito. Sobretudo no interior desertificado e envelhecido (grande preocupação do PR, como é sabido), onde, ao contrário do que se passa no resto o país, deve - pelos vistos - haver mais homens que mulheres, já que, teme-se, se tornará "problemático recrutar candidatos dentro dos estritos limites da representação de género impostos pelo diploma". Mas os problemas da lei não se limitam ao interior do País. Na verdade, o problema é de fundo. "Forçar" a inclusão de um terço de mulheres é muito "súbito". "Carece de sentido em termos de necessidade".

De facto, qual é o sentido de acabar assim de repente, e à bruta, com uma compressão de séculos? Até pode prejudicar as mulheres, coitadas, aquele ror de espaço nas listas para encher. Felizmente, o Presidente está atento: "Mecanismos sancionatórios e proibicionistas" como o da lei vetada "concedem" às mulheres "que assim acedam a cargos públicos um inadmissível estatuto de menoridade". Suspeitar-se-á de que foram lá postas pelos chefões do partido, por simpatia, bairrismo ou até competência, ao contrário do que sucede com os homens. Já estamos a imaginar: passa uma deputada e toda a gente comenta: "Olha, lá vai mais uma. Que vergonha. O que é que ela fez para ir parar a São Bento?" Coisa assustadora, que como se sabe não se passa nos nossos dias.

Decididamente é preciso, como conclui o Presidente, atingir a paridade de género "por meios mais razoáveis". Não é razoável exigir que séculos de discriminação negativa sejam compensados por uma década ou duas de discriminação positiva. Razoável é esperar, como diz Leonor Beleza, que há anos defende as quotas (e o professor Cavaco), que quem está - os homens - dê o lugar. Por cortesia, por caridade. Por obrigação, à chicotada, é que nem pensar. Coitadinhos, não estão habituados a esse género de violência. É que todas as compressões são más, mas umas são muito mais perigosas que as outras".

Texto de Fernanda Câncio publicado no DN - 03.06.06

The New World

Colin Farrell - 1,78m. O lugar dele é dentro de uma cabine telefónica onde não engana ninguém.

Não leio o que se escreve sobre os filmes antes de os ir ver mas caio sempre no erro de achar que se se escreve muito - parágrafos e parágrafos que faço questão de saltar - é porque há muito que dizer. Um longuíssimo bocejo.

sexta-feira, 2 de junho de 2006

Um achado (2)

Liguei para a PSP para saber o que teria eu perdido cuja falta não se fazia notar. Tratava-se da cédula profissional já desactualizada mas com valor afectivo (a sério). Disse-lhes que me era impossível ir aos Olivais entre as 9h e as 12.30h, ou mesmo entre as 13.30h e as 17h, de qualquer dia útil. Responderam-me “venha com calma”.

Ignorando os apelos para que me deslocasse à secção de achados, escrevi-lhes uma carta solicitando que me remetessem o documento num envelope que enviei já endereçado e selado para o efeito.

Passadas três semanas recebo a visita de um agente policial que me entrega, em mão, o dito envelope fechado com a cédula lá dentro. Tinha-me esquecido de esclarecer que o envelope deveria ser colocado num marco de correio. Acreditei que o facto de se encontrar endereçado e selado fosse elucidativo.

Agradeci a gentileza ao senhor agente e congratulei-me pelos carros estacionados em cima do passeio que terão ficado por multar no período de tempo que lhe demorou a cumprir esta diligência original.

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Green Wing


He once ethically objected to resuscitating a woman with an A-cup. He said it wasn't worth saving less than a handful.

A série Green Wing voltou mas agora, em vez de passar na Sic Comédia, é transmitida pela Sic Radical. Consegui ver dois episódios no último Domingo às 18h00m. Não sei se será mantido este horário. Não percebo porque é que estas informações importantes não chegam ao meu conhecimento com antecedência e detalhe. O Dr. Mac (aquele louro arruivado ou ruivo alourado do lado esquerdo) é giro que se farta. A frase é sobre o Dr. Guy Secretan, médico anestesiologista, em primeiro plano na imagem.

Nota - Também dá à 5ª feira, às 23h00m.

Gilbert O'Sullivan

Depois de Patxi Andion, uma forte referência musical herdada do lado da mãe (são muitas), vamos ouvir Gilbert O'Sullivan, uma referência musical herdada do lado do pai (são cerca de duas, talvez três). Mas enquanto a primeira tem uma certa angústia associada, a segunda deixa tudo tranquilo, independentemente – que escândalo – das letras. Queria pôr a tocar o “Nothing Rhymed” mas os motores busca existem para me contrariar.