Serendipity

The laws of chance, strange as it seems,
Take us exactly where we most likely need to be
[David Byrne]

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

«Fez-se num dia»

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Tiraram-me daqui uma fotografia que encontrei na net. Por isso, fica uma tirada por mim.

Quando repara na ponte refere-se com ironia ao seu nome. Pela minha observação, e apesar de eu nunca o perceber à primeira – ocorre-me uma possível alusão a Roma e Pavia (mas ao contrário) -, diria que é um comentário emitido quase como reflexo condicionado. Ele dá-lhe um tom de brincadeira e provocação, e ganha um olhar de criança. É uma reminiscência.

Tenho uns quantos reflexos condicionados espalhados por Lisboa. Ali foi onde, aqui morava... São referências que saem involuntariamente. Mesmo quando não há ninguém para as ouvir, estas ancorazinhas vêm ao espírito e são reafirmadas em silêncio.

No caso da ponte 25 de Abril, lembro-me do Martinho Villani, com dois éles, e da história de uma visita de estudo da minha irmã. Foi com esta história que fiquei a saber que a ponte já tinha tido outro nome. Hoje em dia e desde o grande evento do ano passado, também me faz lembrar a meia-maratona de Lisboa (a meia mesmo, a dos 21 kms).

Estado de espírito

Sinto-me completamente anestesiada. Sem saber o que pensar, o que sentir, o que dizer, o que fazer. Nunca tinha caído assim.

domingo, 27 de fevereiro de 2005

Teste

[Charlotte, resultou! Pelo menos, aqui ouve-se. Não é o «Holiday» mas se io potessi starei sempre in vacanza...]

Influências

O Piricus e o Lula, com quatro anos e meio e dois anos e meio respectivamente, estão fãs da «Flauta Mágica». Cantam árias em alemão. Entusiasmam-se com a Pamina, o Tamino e em especial com o Papagueno. Fiquei com vontade de ir à ópera ou, pelo menos, de comprar o cd.

É comigo?

Não é fantástico que depois de nos proporcionarem um serão tão bom, tão acolhedor e cheio de carinhos, nos agradeçam a ajuda? Olha, igualmente.

Quando alguém nos ama,
O pássaro da alma dá pulinhos
De contente,
Para trás e para a frente,
Vai e vem.
[de «O Pássaro da Alma», Michal Snunit]

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Espelho meu

If you're only trying to make things better, / How come they always turn out worse?

[de «Born to Cry», Pulp. Música que eu não conheceria se não fizesse parte da banda sonora do Notting Hill.]

Notícias de África 5

Faltam poucas horas para regressar.

Foram sete longos dias.

Vimos toneladas e toneladas de lixo onde parte da população se alimenta.

As crianças levantam as tampas dos esgotos para tomarem banho.

Aqui, uma refeição custa o ordenado mínimo nacional (50 dólares).

Numa terra onde se extrai petróleo em larga escala, as bombas de gasolina "secam".

A quantidade e qualidade do parque automóvel não condiz com os candongueiros nos quais circulam a maior parte das pessoas. Aliás, aqui nada condiz com nada.

O comunismo foi substituído pelo capitalismo selvagem. A beleza natural e o clima fabuloso convivem com a destruição urbana.

Este país é doido.

Acabou-se o que era doce

A gruta dos quarenta ladrões - vulgo arquivo completo de Calvin - foi à vida (está redireccionado para o Google). Tenho de tirar o chapéu aos guardiões da propriedade intelectual de Bill Watterson. Não há um site com tiras do Calvin, que não seja o oficial, que resista. As páginas passam a "not found" ou "not available" em pouco tempo.

No caso de um dos melhores sites que apareceram sobre a série, o Calvin and Hobbes at Martijn's, manteve-se a página para dizer: Welcome, you've come to the place where Calvin and Hobbes® once were honored with a great tribute and fan-site, "Calvin and Hobbes at Martijn's". Unfortunately the copyright owners didn't agree with that and made me shutdown the entire site.

Conseguir que o mesmo link abra não o site com as tiras mas o Google, parece-me original.

Notícias de África 4

Encontrei a famosa árvore do livro do Principezinho, o embondeiro. Aqui há muitos. São autênticos monumentos naturais.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Lacunas

Isso de não se poder conduzir e falar ao telemóvel ao mesmo tempo, é-me indiferente. Desde que se possa tirar fotografias.

O cinema

Inés vive en el bajo de una casa gris
y es dependienta en un gran almacen,
no tiene a nadie en especial
a quien querer, con quien estar
y cuando mira alrededor
todo parece que está mal.
Inés tiene una sola forma de escapar
que es ir al cine, sentarse y soñar
con la ilusión de par en par
y una sonrisa de emoción
prepara el corazón
para reir, para llorar.
Inés nunca olvida
que el cine le cura
todas las heridas,
que aquí no hay engaño
y la gran mentira
todos estos años
ha sido su vida
que está a la salida
para hacerle daño.
Inés, desde el momento en que apagan la luz
le dice al mundo que la deje en paz,
se ha convertido en la mejor,
es la más bella del lugar.
Buenos y malos por igual.. la adoraron.

[«Inés», Luz Casal. Foi a Karma que me mostrou. Enquanto a disposição não melhora. Talvez isto resulte.]

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Nada de mais

São só todas-as-tiras-todas do Calvin por ordem cronológica, no original e em formato digital. Ainda não estou em mim. Isto não vai durar muito, tenho a certeza, e eu hoje não consigo copiar tudo para o meu pc. Aproveitem.

[encontrado aqui]

Quando alguém nos magoa, o pássaro da alma agita-se para lá e para cá Em todos os sentidos do nosso corpo, sofre muito.

[de «O Pássaro da Alma», Michal Snunit]

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Os clássicos (3)

Leslie Caron

Maurice Chevalier cantava sem qualquer tipo de incomodidade, mas antes com uma expressividade que hoje em dia lhe asseguraria, pelo menos, uma detenção para averiguações.

Thank heaven for little girls
For little girls get bigger every day!
Thank heaven for little girls
They grow up in the most delightful way!
Those little eyes so helpless and appealing
One day will flash and send you crashin' thru the ceilin'
Thank heaven for little girls
Thank heaven for them all,
No matter where, no matter who
For without them, what would little boys do?
Thank heaven... thank heaven...
Thank heaven for little girls!
[música de Frederick Loewe e letra de Alan Jay Lerner, do filme «Gigi»]

Notícias de África 3

Não ter ido votar e ter acompanhado as eleições de tão longe foi esquisito mas não foi mau até porque ganhei uma aposta.

Notícias de África 2

Fomos à praia no Domingo. Apanhámos muito calor, um mar quieto e um grandessíssimo escaldão nas costas, à conta de nenhum de nós ter tido a lata de pedir ao outro para lhe pôr creme.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2005

Notícias de África 1

Estou definitivamente noutro mundo.

Hoje, tivemos a "oportunidade" de visitar um pequeno resort de contentores. Tal e qual.

Podem não acreditar mas aqui existe (pelo menos) um sítio onde se paga a astronómica quantia de 100 dólares (!) para dormir num rectângulo em chapa com uma cama lá dentro, uma casa-de-banho e ar condicionado.

Pura e simplesmente inacreditável.

[Sam, ainda estou viva. Apesar de tudo].

Statement

Espero safar-me sem ser acusada de rejubilar com a mediocridade e que esta declaração possa também ser objecto de magnânima apreciação por forma a ser incluída entre as dos blogs que demonstram que sabem ganhar.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Do lado de baixo do equador

Nos próximos dias, vou sentir muito calor.

Em vésperas

Intellectuals probably believe that every election will be decided by the moron vote. That’s why they are intellectuals, after all: because, knowing as they do (or think they do) all about the way the world works, their minds are already made up. This in turn means that elections are for them a matter of watching to see what the morons, who imagine that there could still be a reason to vote for the other party, will do. Moreover, in analyzing the moron psychology, like the hidden motivations of the opposition, they affirm their own status as intellectuals.

[lido aqui]

Mais do que a analisar o funcionamento da psique do moron indeciso, detenho-me a apreciar os delírios reflexivos dos comentadores, i.e., dos intellectuals.

Festa

E não é que o teu bigo também nasceu no dia 18 de Fevereiro e faz hoje um aninho? Parabéns ao mais serendipítico [v. canto superior esquerdo] de todos os blogs.

[o título é uma citação parcial da Karma que, por sua vontade, diria antes «Festa! Festa! Festa!».]

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

“É preciso ter coragem para o ouvir e tu já a tens.”

No fundo, bem lá no fundo do corpo, mora a alma
Ainda não houve quem a visse,
Mas todos sabem que ela existe.
E não só sabem que existe,
Como também sabem o que lá tem dentro.
Dentro da alma,
Lá bem no centro,
Pousado numa pata
Está um pássaro.
E o nome do pássaro é pássaro da alma
E ele sente tudo o que nós sentimos

[de «O Pássaro da Alma», Michal Snunit. Vale a pena ler o resto. O título é da Huma.]

Os clássicos (2)

Women are irrational, that's all there is to that!
Their heads are full of cotton, hay and rags!
They're nothing but exasperating, irritating,
vacillating, calculating, agitating,
Maddening and infuriating hags!
(…)
Why can't a woman be more like a man?
Men are so honest, so thoroughly square;
Eternally noble, historic’ly fair;
Who, when you win, will always give your back a pat.
Well, why can't a woman be like that?
Why does ev'ryone do what the others do?
Can't a woman learn to use her head?
Why do they do ev'rything their mothers do?
Why don't they grow up - well, like their father instead?
Why can't a woman take after a man?
Men are so pleasant, so easy to please;
Whenever you’re with them, you're always at ease.
Would you be slighted if I didn't speak for hours?
- Of course not!
Would you be livid if I had a drink or two?
- Nonsense.
Would you be wounded if I never sent you flowers?
- Never.
Well, why can't a woman be like you?
One man in a million may shout a bit.
Now and then there's one with slight defects;
One, perhaps, whose truthfulness you doubt a bit.
But by and large we are a marvellous sex!
Why can't a woman behave like a man?
'Cause men are so friendly, good natured and kind.
A better companion you never will find.
If I were hours late for dinner, would you bellow?
- Of course not!
If I forgot your silly birthday, would you fuss?
- Nonsense.
Would you complain if I took out another fellow?
- Never.
Well, why can't a woman be like us?
[de «A Hymn to Him», My Fair Lady]

A minha mãe é a maior

É uma pessoa fora de série.

Ontem ganhou mais um grande desafio da vida dela com muito mérito e determinação.

Vai fazer cinquenta anos em Março mas parece que nunca deixou de ter vinte.

Toma decisões loucas que deixam a família com o coração na mão. A última foi largar o emprego onde estava há não sei quantos anos e lançar-se num novo projecto, muito ambicioso e difícil de concretizar. Conseguiu.

Parabéns mãe!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Elogio da «Pública»

A «Pública» é das minhas revistas preferidas. Tem as «Histórias de Amor» do Miguel (para quando a edição em livro? Ah e um grande viva para a Joss Stone. Aproveito ainda para dizer que um dos melhores – tenho-o aqui pendurado na parede – é o “Impressão do Mundo”), a Maitena, o cartoon do Luís Afonso, o Índex, o horóscopo da Maya (muito importante) e o «Vale Tudo». Também leio sempre a paginazinha sobre sexo.

[merece um parágrafo especial] O «Vale Tudo» faz a selecção das coisas mais apetecíveis do momento e consegue tirar do sério até uma não-consumista como eu. Depois de um ano sem conseguir comprar um relógio por não gostar de nada do que via, foi lá que encontrei aquele que tenho agora. E, claro, nem se encontra à venda nos representantes da marca, teve de ser encomendado. O problema está nos representantes que, quando fazem as encomendas à marca, escolhem aquilo que acham que vai vender e que só por milagre coincidiria com aquilo que eu quero comprar. O meu agradecimento ao «Vale Tudo» por me permitir deixar de perder tempo à procura do telemóvel na mala para poder, finalmente, ver as horas com imenso estilo.

Por fim, é com grande frequência que me interessa ler, e realmente leio, as entrevistas e os artigos desta revista. É o chamado «cada tiro, cada melro». Chego a levar a revista para os nossos jantares. Por vezes, acho que os temas são escolhidos a pensar em mim, mas mesmo em mim e não num universo genérico de público-alvo em que me insiram; ou até baseados em qualquer coisa que me tenha acontecido ou interessado na semana anterior. Não sei se estão a ver ao que eu me refiro.

Vocês

Vocês as três são as melhores amigas do mundo.

O meu post preferido

Tem o título "Alegria no trabalho" e é da Sam.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Garden State

Este rapaz, Zach Braff, vai fazer 30 anos no próximo dia 6 de Abril. Costumava vê-lo na série «Scrubs» que passa(va?) na Sic Radical. Agora escreveu, realizou e interpretou um filme muito bom. Por este andar, qualquer dia é advogado.

[A ela chamou-lhe Sam. Esperto.]

Há cinco minutos, quando escrevi isto, não tinha tido paciência para ler a biografia - fiquei-me pela data de nascimento - e, por isso, não sabia que «Father is an attorney, who also does stage work». Filho de peixe.

Apresento-vos:

Uma beata tonta. Nunca ninguém se definiu tão bem (ali houve terapia...). E o auto-reconhecimento é o mais rápido caminho para o melhoramento.

Alegria no trabalho

Fui a uma reunião e

depois voltei.

Jogos da minha vida (7)

- Isto tem de entrar na lista dos «Jogos da minha vida». Já faz algum tempo que comecei a brincar aos blogs e gosto.
- Não sei se concordo que o blog seja uma brincadeira.
- Não é nesse sentido. Tu quando jogas um jogo não te empenhas?
- Ah, sim, gosto de jogar a sério senão não tem interesse.
- É isso.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2005

Organização, especialização e eficiência

Não se pode exigir-lhes demais, individualmente. Há que apostar no trabalho de equipa. Creio que o ideal será atribuir-lhes pelouros: a X o entretenimento intelectual; a Y os jantares, até porque insiste sempre em pagá-los, e ainda os eventos sociais; Z é um handyman daqueles que já não existem na nossa geração, talvez por isso, e para além de todo o sector dos pequenos trabalhos domésticos, me sinta inclinada a atribuir-lhe também a área da cama - he can handle it.

Hoje?

sábado, 12 de fevereiro de 2005

Com-paixão pelos frustrados

Um amigo disse-me que aquilo de que os homens realmente gostam, todos eles sem excepção, é de «louras mamalhudas».

A questão de saber se dizer isto de chofre a uma «morena de pequenas dunas» permite ou não a manutenção de uma amizade, ficará para posterior apreciação. [Aliás, tenho por hábito zangar-me com um atraso de dois ou três meses em relação à data do facto gerador da irritação.]

A minha dúvida mais premente é a seguinte: será que os homens que me querem e quiseram foram prévia e sucessivamente rejeitados por «louras mamalhudas»? Terão então desistido de prosseguir (e perseguir) o seu sonho? Serão, todos eles sem excepção, uma série de fracassados?

A história das minhas paixões poderá ter de ser revista de modo a integrar o mais adequado sentimento de compaixão. E aqueles que vierem contam, desde já, com a minha solidariedade perante o seu drama de não terem aquilo de que realmente gostam.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2005

Um serão bem passado

Gostei do chá de tomilho, da companhia, da conversa e do colar.

Parques temáticos: uma vocação

Tinha dois anos quando me levaram ao «Portugal dos Pequeninos» (não, nunca lhe chamámos «Portugal dos Pequenitos»). Usava umas calças de bombazine brancas e uma camisola de gola alta castanha. Ia muito bem vestida, tendo em conta as alarvidades que se praticavam na época e que melhor se notam na indumentária então trajada pela minha irmã. Não consta que me tenha perdido. Fiquei fascinada.

Em Abril de 1992, três ou quatro dias depois da grande inauguração, lá estava eu a experimentar, uma a uma, as atracções da Eurodisney. Quatro anos mais tarde, com um calorão adequado ao mês de Agosto e algumas chuvadas tropicais, corri o Epcot Center, o MGM Studios e o Magic Kingdom, na Florida. No verão de 2003 fui à Isla Mágica e em Outubro do ano passado fiquei a conhecer o parque Warner Bros em Madrid, que recomendo.

Gosto de tudo mas especialmente do que envolve quedas e cortinas de água, e de montanhas russas. A melhor de todas as que experimentei é esta da fotografia, chama-se «Stunt Fall» e fica no parque Warner Bros. As fotos não conseguem causar o devido impacto mas estão aqui mais esta, esta e esta A maior queda é de uma altura de 54 metros com um ângulo de 90º, ou seja, uma queda em perfeita vertical. Atinge a velocidade de 110 km/h. Tem inversões de direcção havendo partes do percurso feitas de costas (terrível). Dura um minuto e trinta e dois segundos mas parece que nunca mais acaba.

Tenho de ir a Los Angeles.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

Melhor ainda

Comoveu-me a tua observação. “Vai aparecer o homem da tua vida [depois corrigiste para o homem-deste-momento-da-tua-vida] e vais ter menos tempo para mim. Mas eu acho óptimo. Estou só a dizer.”. Comoveu-me não tanto pela confiança que depositas no meu futuro amor mas, acima de tudo, por quereres disputar a minha disponibilidade.

Parente de quatro patas (2)

I’m as sexy as my shirt

O que quer dizer: já chegaram! Antestreia também aqui, aqui e aqui.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

O blogue do Pedro Mexia

Gosto. Pronto. Já disse. Não me peçam é para fazer o link.

Pensando bem, nem acho que seja preciso. Toda a gente sabe que se chama "Fora do Mundo".

[Cumprimentos e parabéns pelo sucesso das diversas iniciativas]

Aposta que sabes

O mercado das apostas ilegais está agora sob apertada vigilância desde o episódio protagonizado pelo Professor (e encenado por um jornalista criativo?). Este tipster sabe o que faz: segundo os bookies consultados trata-se de uma aposta com excelentes odds que, apesar disso e vindo a revelar-se a opção vencedora, assegurará o maior proveito, especialmente em jogadas futuras.

[Não me macem. Estava a tentar escrever uma coisa conspirativa à la Acidental sobre os motivos escondidos para o outro fazer apostas no cavalo do vizinho, mas não me sai nada melhor do que jogadas futuras. Usem a imaginação, sff. Deve haver pelo menos umas quatro ou cinco jogadas e outros tantos ângulos por detrás desta história. É uma questão de lerem os comentadores certos.]

Jogos da minha vida (6)

Água. Água. Barco de três canos ao fundo.

Com o meu relato de um evento social recente, lembrámo-nos que o mais difícil é acertar em submarinos que se escondem nos cantos. Mas, em compensação, vão ao fundo com um único tiro.

Patch Adams - parte 2

Quanto ao tema do filme propriamente dito e tendo em conta a minha experiência pessoal, não posso deixar de concordar com a ideia de que rir ajuda a curar.

Sentir que o médico não se preocupa só com a nossa doença mas também connosco e com o nosso bem estar faz toda a diferença.

Quando estamos doentes, enfiados numa cama de hospital, sentimo-nos mal, diminuídos, caídos de pára-quedas num ambiente frio, triste, desagradável.

Encontrei pela vida fora demasiados médicos (e enfermeiros) sizudos, calados, indiferentes, que olhavam para mim mas não me viam.

Felizmente, conheci outros que desenhavam um sorriso quando falavam, que brincavam, explicavam, que me faziam sentir segura, acompanhada.

E tenho a certeza absoluta que a postura destes últimos me ajudou a recuperar.

Patch Adams - parte 1

Ontem à noite revi acidentalmente o filme "Patch Adams". Independentemente da questionável qualidade da película, a história do estudante de medicina que faz de palhaço para ajudar a curar os doentes voltou a mexer comigo.

Pus-me a pensar em como é bom não limitar a nossa reacção a um sorriso contido quando alguma coisa nos diverte, como sabe bem dar gargalhadas, rir até não poder mais.

Não sei como é que é convosco mas eu cá não me inibo.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2005

Depois da causa de pedir

O fumador encapuçado, convenientemente apanhado atrás das grades, é o tal elemento muito bom que não percebi se faria parte do outro conjunto.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2005

There's no room for honesty in a healthy relationship

xx/xy. Chamaram-lhe Sam. Do filme aproveita-se isto: uma frase e um fotograma. Além disso, uma «relação saudável» é mesmo aquele tipo de coisa que nos pode fazer mal à saúde. Alguém já experimentou sequer?

Vida de mãe - episódio 13

Ontem, o meu filho e eu passámos uma tarde óptima, fora de Lisboa, na companhia de quem mais gostamos. Almoço seguido de brincadeira ininterrupta.

No regresso a casa, o miúdo quis ouvir uma canção que ele gosta muito mas eu estava a conversar com a Sam e resolvi dizer que não. Erro fatal.

Seguiu-se uma birra monumental em que a vontade de ouvir música foi rapidamente substituída pela vontade da chucha e a dita não se encontrava na viatura, malheureusement. Resultado: mais de meia hora de berreiro sem direito a pausa para café.

Eu ia pedindo desculpa à Sam, de dez em dez minutos, com explicações mais ou menos inúteis sobre pedagogia infantil até que o sono lá acabou por vencê-lo.

Não por muito tempo. Decorridos três quartos de hora, acordou nas portagens da ponte sobre o Tejo para continuar a birra até chegar a casa.

Moral da história: é melhor pensar duas vezes antes de dizer "não" a uma criança.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Jogos da minha vida (5)

O meu não se chamava «Scrabble». Não me lembro como é que se chamava, era uma outra versão da mesma coisa. Ofereceram-mo quando fiz dez anos. Estava, como quase sempre nos meus aniversários, de férias em Tavira. O que eu sei é que nós ficávamos ao vê-los jogar. Inventavam palavras que depois provavam que existiam. Mas eu gostava das discussões que se geravam, das apostas que se faziam. Lembro-me bem do diferendo "Xá da Pérsia". Foi por causa deste jogo que se decidiu comprar aquele dicionário com dezoito volumes [dicionário mesmo, apenas um dicionário; não é uma enciclopédia].

Os políticos têm a cabeça infinitamente vazia

[daqui]

Há quem ache que os políticos são uma espécie criticável toda por igual. De resto, é um hábito que se exerce em relação a algumas classes profissionais. Pior do que ser advogado só mesmo ser político, ou – horror dos horrores - alternar entre uma coisa e outra.

O que me faz confusão é, em primeiro lugar, saber o que é que permite definir alguém como político. É preciso ser filiado num partido? E desenvolver actividades partidárias? Basta ter aceite um cargo de nomeação política? Quando se diz os políticos isto ou os políticos aquilo, de quem é que se está a falar? Em que momento é que a cabeça medianamente cheia de uma pessoa normal, se começa a esvaziar por motivo de contacto e intervenção na política?

Admito perfeitamente que existam, e existem, características distintivas que atingem de forma transversal a generalidade dos indivíduos de uma classe profissional. Muitas delas são enquadráveis no chamado «defeito profissional», e reflectem-se, por exemplo, na linguagem e na roupa.

Mas, ao contrário do VPV, considero que não existe uma classe profissional cuja generalidade dos indivíduos que dela fazem parte sejam caracterizáveis por terem «a cabeça infinitamente vazia». [se bem que o comentador político... hum...] De qualquer forma, é simples perceber porque é que a classe política é sempre alvo destes comentários indiscriminados e taxativos: o seu trabalho passa pela constante exposição pessoal. São o alvo mais fácil que existe. É esta a característica comum que melhor distingue a actividade política de outras profissões: the sitting ducks.

A mim aborrece-me o exercício do ataque genérico e indiferenciado, em especial a alvo fácil. É vulgar, é desinteressante e é inconsequente. Um ataque genérico e indiferenciado a toda uma classe é também desonesto mas, se tivesse algum interesse, não era por isso que eu me chateava.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2005

To Whom It May Concern:

É lamentável deixar o debate de ideias descambar para a discussão de questões do foro íntimo que em nada relevam para as finalidades pretendidas. Ainda mais – ainda mais – quando essas questões íntimas são trazidas à colação sob forma de insinuação e sem destinatário concreto.

Eternal Sunshine of the Spotless Mind

(comunicado final)

O mecanismo encravou por acção do sujeito submetido ao procedimento. O problema manifestou-se perante a tentativa de eliminação de ficheiros de música (v. 3 e ½). Não se encontra determinada a extensão dos danos cerebrais resultantes da súbita interrupção da intervenção, à qual somos inteiramente alheios.

ass. Dr. Howard Mierzwiak

[ehehehe]

Detalhes chant’elle (2)

The great secret is not a question of good manners or bad manners or any particular sort of manners, but having the same manner for all human souls. The question is not whether I treat you rudely but whether you’ve ever heard me treat anyone else better.

[Prof. Higgins, «My Fair Lady»]

Save the night

Por ocasião do seu aniversário.

Melanie Safka

Save the night
If I could find the feeling, I could save the light
That lit our nights before
Before we knew the reasons saving nights were for
Save the light
The light that made us sure
We'd never find that light at any other door
Overdone
I'm sure this song I'm singing has been sung
But I'm gonna sing it again
Save the past, 'cause the future's a question
On your own
Remember when you are alone it's great
This feeling of being secure
But I always thought there'd be more
But I always thought there'd be more
To save the life
While you are playing husband, I will play the wife
But sometimes I'll slip away
I'll pretend that it all can grow another way
Sometimes I'll slip away
I'll pretend life and dream that I can save the day

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2005

Jogos da minha vida (fora-de-série)

[Life imitates...the game of chess!]

O xadrez não é um jogo da minha vida mas tem uma história. A minha irmã teria uns oito anos quando o nosso pai decidiu ensinar-lhe a jogar xadrez. Compraram «O Meu Primeiro Livro de Xadrez» e criaram um espaço para eles onde eu não entrava. Ficava só com a cara apoiada nas mãos a olhar para o tabuleiro como quem está a perceber e nem acha aquilo aborrecidíssimo. Era uma aflição ver qualquer um deles pegar na caixa do xadrez mas eu seguia-os e não descolava do lado. Tempos a fio a tentar meter-me e a ser ignorada; não era sequer repreendida ou mandada embora. O xadrez é um jogo que eu detestava muito antes de o saber jogar e do qual nunca gostei, mesmo depois de, a contragosto, o aprender.

Momento Kodak

Ontem, já passava das onze e meia da noite quando estacionámos o carro à frente de um restaurante relativamente conhecido em Lisboa para ter uma reunião profissional com uma grande figura pública do nosso País.

A escolha do local e da hora foi mais ou menos imposta por quem nos arranjou o encontro. De facto, foi-nos explicado que a pessoa em causa só começa o seu dia depois de jantar.

Estávamos um bocadinho nervosos.

A dita reunião não começou bem: o senhor, de copo de whisky na mão, mal falava. O olhar era distante e o grau de interesse em relação ao nosso assunto parecia ser nulo.

Contudo, depois de falar de negócios, lá conseguimos (valeu o esforço de equipa!) criar uma certa empatia, tendo o ambiente acabado por se tornar quase familiar.

Ficámos praticamente uma hora a ouvir histórias dele e de outros ilustres colegas de profissão. O discurso era pouco fluente, o tom de voz demasiado baixo, a desilusão patente. A visão era, num certo sentido, quase chocante.

Apesar de tudo, não há dúvida que foi um privilégio conviver de perto com uma das nossas lendas vivas. A noite acabou com os indispensáveis autógrafos e respectivos agradecimentos. Para mais tarde recordar.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2005

Tudo ligado

Comics, cartoons, graffitis, bonecos, Escher, Gaudi, Lichtenstein, Klimt. Tudo ligado.

Klimt created few paintings on traditional canvas. He saw himself more as a mural painter and decorative artist. He designed posters and worked as an illustrator for magazines. [daqui]

Jogos da minha vida (4)

Do «Crapô» só entra com casa aberta, excepto quando é para o meio. Dois baralhos, dois jogadores: muitos serões de férias. Fui eu que te ensinei.

As tuas mãos

Fizeste bem. Apesar de não as ter tocado, vê-se claramente que estão menos secas.

If you believe in love at first sight, you never stop looking

Patrick McDonnell, desenhador do qual sou uma admiradora incondicional, preparou um quadrado (um rectângulo, vá lá) especialmente para mim. Klimt meets Mutts: «The Lick». E mandou-mo hoje como quem diz “já estamos em Fevereiro”. Fiquei comovida.

Mooch, o gato com o shweetest speech problem, a ser lambido por Woofie, o cão que woves everybody.